3º Dia
Boa noite amigos (ou
madrugada, sei lá)
Estamos em Cuzco (ou
Cusco) e a palavra de ordem do dia foi ADRENALINA.
Nunca fiz tanta
curva na minha vida, capaz de cair da cama se sonhar com isso.
Mas antes, acordamos
e após o café da manhã e motos montadas partimos para a estrada, abastecemos
num posto bem sem vergonha, o primeiro de vários outros.
Estrada, como ontem,
linda, limpa e sem nenhum buraco, não demorou muito para encontrarmos garimpos
à beira da estrada, são mini cidades, bem precário e sujo.
Não demorou para
começarem as placas informando a possibilidade de desmoronamento de pedras, uma
constante até aqui.
Fomos abordados por
militares que, na verdade, só pediu documentos para o Guli (talvez por ser o
único com cara de suspeito kkk),o milico que me abordou só perguntou de onde eu
era e ainda tiramos fotos juntos.
A estrada era mais
do que linda, era maravilhosa, serpenteando um grande rio bravo e com muitas
pedras.
A quantidade de pontes
é absurda, e me fez pensar como era antes delas serem construídas, devia ser
duro cruzar o rio com carro, moto, etc.
Cruzamos também por
centenas de pequenas vilas, todas muito parecidas e com muitas, muitas
crianças.
E ai temos um ponto
que merece destaque – AS CRIANÇAS – todas, sem exceção, são muito simpáticas e
sorridentes, acenam enfim, uma graça.
Infelizmente pude
constatar que esta alegria vai sumindo com a idade, os jovens são relativamente
simpáticos e os idosos chatos para cacete, até mal educados.
Acho que é a dureza
da vida que vai moldando-os, pois não vi alegria nos olhos dos idosos, pelo
contrário, são pessoas sofridas, cansadas, judiadas.
É triste saber que
aquela criança feliz da vida, em breve, será um velho sofrido ... mas é a vida
...
Voltando ao passeio,
gastei a máquina tirando fotos e tenho certeza que não registrei tudo o que
devia.
Curva vai, curva
vem, e a altitude começou a aumentar, em questão de poucos quilômetros
estávamos a 4 mil metros de altitude.
Por sugestão do Guto
pegamos sachê de chá de coca e colocamos na boca, para evitar o mal da altitude
(soroche).
Quando o GPS marcou
5 mil metros, eu estava morrendo, há ar, não há é oxigênio, não dá para
explicar, descer e subir da moto gera um cansaço anormal.
Também passei a ter
dor de cabeça, e o Ronaldinho (filho) chegou a vomitar.
Também estávamos sem
comer e já estava tarde, paramos então no Distrito de Ocongate onde almoçamos
no luxuoso restaurante “La Casa de Xiomara”.
Pensa numa boqueta,
é lá, pedimos frango a milanesa, batata frita e arroz. O arroz era intragável,
a batata comível e o frango tinha gosto de peixe, talvez porque a
cozinheira/proprietária use o mesmo óleo e panela para os dois...
Mas nada como a
fome, comemos, melhoramos e tome curva.
Antes de chegar a
Cuzco passamos por várias barragens, pedras na estrada, trechos interditados
onde só passava um veículo por vez, e curvas que pareciam rotatórias, o Guli
(fazedor de curva que é uma beleza), chegou a raspar o baú lateral numa delas.
Depois de rodar o
dia todo chegamos a Cuzco!
A entrada da cidade
é horrível, bairros feios, carros para todos os lados, buzina, buzina e mais
buzina, ô povo que gosta de buzinar, pqp.
Como o Ronaldinho só
sabia que o hotel era perto da “Praça das Armas” no centro históricos, para lá
rumamos.
Esta tal Praça das
Armas é linda, com algumas igrejas ao redor e várias lojas.
Paramos as motos em
frente à Catedral e chamamos a atenção dos transeuntes e turistas que tiravam
mais fotos das motos do que das igrejas ao redor.
Depois de muito
perguntar sobre o nosso hotel, pedi ajuda à “Policia do Turista” e um casal de
policiais não só adivinharam o hotel que queríamos como nos escoltaram até ele.
Coisa fina!
O hotel é bem
ajeitado e pertinho da tal praça.
Já acertamos e
pagamos o passeio de amanhã e depois (Aguas Calientes e Machu Pichu), saímos
para um passeio pela praça e agora estamos numa pizzaria aguardando uma pizza
há 1 puta tempo (eu baixei as fotos, arrumei-as, e redigi todo este texto, e
nada da redonda).
Depois é cama,
porque estamos quebrados.
Mas amanhã tem mais.
Abraços.
Cezinha
Ah, esqueci de dizer
ontem, o “alívio cômico” da viagem é o Guli que nos mantém rindo o tempo todo
com tudo, notadamente seu espanhol macarrônico, por exemplo, ontem ao
comprarmos o seguro ele perguntou ao cidadão se ele aceitava “cartón”, e ficou
insistindo “cartón, cartón”.
Eu podia ter
ajudado?? Sim, mas ai perderia a graça kkkkkk depois de muito gesto, etc., eu
expliquei que cartão de crédito em espanhol é tarjeta e o cara disse que não
aceitavam