7º Dia – Lago Titicaca +
Puno / Tacna
Rodamos de 1 grau celsio ao
deserto!!!
Mas antes disto, vamos ao
relatório cronológico:
Conforme acertamos ontem a
noite com Es Possible no horário combinado estávamos na porta do hotel
aguardando o triciclo para nos levar ao porto para irmos ao lago Titicaca.
Por falha de comunicação,
quando dissemos triciclos nos referíamos às moto, não às bicicletas que também
transportam pessoas.
Moto é moto taxi, bicicleta
é triciclo. rsrsrsrsrsrsrsrs
Consertado o erro,
apareceram 3 moto taxis, 2 para nós e a outra para a cunhada do Es Possible e
uma amiga que acabou por nos acompanhar por todo o passeio.
Estes moto taxis nada mais
são do que uma cabina numa moto de 125cc, o grau de segurança é zero que,
somado à forma de pilotagem do piloto e o transito caótico, tornam o passeio
uma aventura, depois vocês verão o vídeo que fizemos.
Bom, após alguns minutos que
pareceram horas, estávamos no porto de Puno.
Haviam centenas de barcos, aparentemente todos para o mesmo objetivo.
Ah, esqueci de dizer, por 50
soles teríamos o passeio por 3 horas num grupo de 20 pessoas; por 60 soles
teríamos a mesma coisa mas num barco só nosso, com guia exclusivo, etc.,
considerando que 1 sole vale 1,10 reais, claro que fomos no esquema VIP. O
barco é grande e possui poltronas reclináveis iguais à de ônibus de viagem.
A viagem entre o porto e as
ilhas não passa de 30 minutos, e nosso guia foi narrando tudo a respeito das
ilhas, das pessoas que lá moram, como tudo começou, tamanho, números, números e
mais números, o Bergson iria adorar esta parte kkkk. Ah, o barco é lento para caramba e estava
muito frio.
No tempo certo chegamos às
tais ilhas, há um tipo de pedágio com corda e tudo para se acessar um espaço
cercado pelas tais ilhas.
Basicamente são construídas
com uma espécie de raiz que se coloca um tipo de mato flutuante sobre estas
raízes e assim nascem as ilhas (resumi em 3 linhas séculos de tecnologia).
Estas tais ilhas são
habitadas por famílias inteiras e administradas por um “Presidente” e, quando
há discordância entre as pessoas, basta “rachar” a ilha e dividir os
descontentes.
Nosso barco aportou na “Isla
Kollana Corazón” onde pudemos descer,
termos uma aula sobre a construção, história, histórico, enfim, tudo sobre
aquele povo.
Todos são muito gentis e
educados, não se incomodam em serem fotografados e franqueiam as próprias casas
para fotos e responder às duvidas que surgiam.
Embora seja um ambiente
rústico, não há como não cederem à modernidade, então tem energia elétrica via
painel solar, cordas de nylon para amarrar a ilha (para não ir embora),
garrafas pet para ajudar na flutuação, etc. ah, disseram que no ano que vem
terão também wi-fi.
Claro que ofertaram alguns
souvenires, mas justificamos que estávamos de moto e não haveria como levar
aqueles mimos delicados.
Para finalizar, saímos para
um passeio num barco típico que tem grau de segurança similar ao dos moto
taxis, mas pelo menos não tem buzina.
Fomos deixados numa ilha
shopping Center com restaurantes, etc. e depois levados de volta à Puno.
De van fomos levados ao
hotel, arrumamos nossas coisas e partimos por volta do meio dia.
Ah sim, constatamos que
efetivamente o trabalho braçal é das mulheres, os homens, basicamente,
administram, legal isso!!!
A VIAGEM DE HOJE:
De volta à estrada começamos
percebendo que São Pedro ia nos sacanear um pouco. Mesmo com esta certeza
partimos apreciando as paisagens que, como já disse, tiram o fôlego. Ainda mais
quando começamos a ver neve bem próxima da pista, às vezes até na própria
beirada da pista.
Do nada começou a esfriar e,
de repente, começou uma chuva estranha. Achei
que fosse granizo, mas não machucava e era menor.
Paramos para colocarmos
roupas de chuva, luvas especiais, etc. e constatamos que não era chuva nem
granizo, era neveeeee.... Dukaray!!!! Flocos pequenos caiam aos milhares e todos ficamos
muito felizes, pois nenhum de nós tinha passado por situação destas.
Rapidamente colocamos as
roupas, tiramos umas fotos, fizemos filmes e começamos a congelar.
Não havia como correr, então
não passamos de mais do que 100kms/h nas retas, nas curvas, era 20, 30, no
máximo 50kms/h.
A gasolina (Ronaldinho)
estava baixa, então ele avisou que ia na frente e pararia no próximo posto... se
houvesse!!!! mkkkkkk
O gelo se acumulava na bolha
da moto e na viseira do capacete, se abria a viseira o frio cortava a alma, se
fechava embaçava com a respiração.
Para minha alegria era
apenas uma lata de tinta abandonada. Muito
tempo depois os alcançamos numa espécie de vila onde se vendia comida e
gasolina no esquema latão e funil.
Paramos para nos aquecer
dentro do possível....Ronaldinho tentou comprar chá mas cansou de esperar o
atendimento e partimos. A imagem dos flocos de neve vindo na direção dos olhos
e se espatifando na viseira é linda e é uma pena que não tenha tido como filmar
isso.
Este ponto de parada era
basicamente o fim do inferno gelado e logo depois começamos a descer
vertiginosamente e, consequentemente, a temperatura começou a subir.
Tudo isso durou mais de 2
horas e foi muito complicado e tenso. Com
a situação voltando ao normal pudemos relaxar mais e voltar ao ritmo normal.
Seguimos descendo agora de
forma forte, ralando pedaleiras, etc. Passamos por várias pequenas cidades e,
do nada, entramos em pleno deserto. Montanhas
gigantescas de areia nos cercavam e a pista nos chamava a acelerar.
Encontramos retas infinitas
e curva de alta, muito alta, ao ponto de chegarmos a fazer algumas a mais de
150 kms/h sem o menor problema.
Parênteses: o Atie com
outros 2 Buenas Vistas mais o Miltão do Carpe Dien estão fazendo, basicamente,
o caminho inverso ao nosso e, desde ontem, estão aqui em Tacna.
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